segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Qual pedagogia queremos?

Por Victor Augusto Vasconcellos:


"Sou transhomem, estudante de pedagogia e há algum longo tempo assumidamente transexual. Pois bem, sendo a pedagogia um curso de grande maioria de mulheres, inclusive em algumas classes sou o único homem, tenho poucas amigas no curso, a maioria mantém distância e tenho uma amiga que sempre acompanho até o carro depois da aula e algumas moças, alias moças machistas
da minha sala, advertem essa minha amiga que ela não deve andar comigo, porque nas palavras delas 'a minha amiga vai ver quando eu agarrar ela no estacionamento da faculdade, aí ela vai ver quem eu realmente sou'. 
Fiquei extremamente chateado com o preconceito que sofri, visto que sou transexual, é incrível como as pessoas ainda partem do principio que todo trans, ou mesmo que fosse gay tem a sexualidade extremada e aguçada, como se fossemos tarados ou estupradores em potencial, como se fossemos prontos para agarrar qualquer pessoa, em qualquer lugar, como se vivêssemos para transar. Tô loco então...
Não é assim! transexuais vivem uma vida como qualquer outra pessoa e são humanos, gostam, riem, odeiam, tem amigos, etc...
Segundo o que em muito me entristeceu é o fato de ser uma classe que já tive oportunidade de debater o assunto, já dei uma aula de 2 horas sobre transexualidade, todo mundo ouviu, todo mundo participou e o que muito me ajudou foi uma grande professora que em muito me apóia. Bom, mas diante disso, da discussão provocada, não esperava atitudes como essas.
Resumindo moças da minha classe, vcs são transfóbicas e machistas e pior ainda vão lecionar para crianças, reproduzindo preconceitos. Trans não são tarados.
Somos humanos e o que dificulta nossa existência não é o fato de ser trans e sim o preconceito das pessoas".

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