quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A humilhação em cada esquina.

A homofobia não passará, nem passarinho.
Ontem a noite (8 de janeiro de 2013) xs alunxs da UnB encontraram no Centro Acadêmico de Direito uma pichação homofóbica, que não é uma, mas mais uma pichação homofóbica.
A diretoria lançou uma nota de repúdio, e com muita coragem se posiciona frontalmente a qualquer forma de homofóbia. 

http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/01/no-2-dia-de-aula-estudantes-da-unb-encontram-pichacao-ofensiva-no-ca.html

"Muito se lutou nessa Faculdade para que a bandeira LGBT fosse levantada, para que um beijaço pudesse ocorrer de forma minimamente razoável em nossos Batizados, para que o racismo fosse visto e tratado como problema sério, para que o feminismo fosse discutido, para que a pauta de gênero fosse colocada na nossa agenda e para que o machismo fosse combatido. Muito se lutou para que as opressões saíssem da invibilização e entrassem no nosso contexto argumentativo. Muito se lutou para que nós pudéssemos ser o que realmente somos! Muito se lutou para se tentar fazer o mínimo, que é o tratamento igual entre todas/os nós, independentemente da sua cor, origem, classe, orientação sexual, sexo ou gênero! Muito se lutou para que nós pudéssemos ter voz!"


A humilhação homofóbica está escrita em cada esquina, nas portas dos banheiros, nas portas das salas de aulas. Ainda assim, ela não choca, nem assusta a ninguém. Violência gratuita e dissimulada que participa de nosso cotidiano como se fosse comum, natural ou normal. 

Ainda assim, é preciso que nos mobilizemos proativamente, de forma que conseguimos nos manter sadixs, de pé, fortalecendo nossas amizades, criando mais laços e com menos acusações destroçantes.

A pichação que tá ai embaixo está nessa porta de uma sala de aula da Universidade de Brasília desde quando eu estava no terceiro semestre, cursando Teoria Sociologia Marxista e tendo que lidar cotidianamente com um ódio gratuito. Agora, já no sétimo semestre, finalmente uma resposta apareceu, resposta lúdica, feliz, que me fez rir e acreditar. Uma resposta criativa, direta e muito massa!

Desde então passei eu mesmo, seguindo o exemplo, a também responder outras pichações, dos banheiros, das portas, dos ônibus. Fica então a sugestão para todas amigas e amigos que não desistiram: As homofobias não passarão, nem passarinho.




‎"Que continuem nos ofendendo nas paredes, pois continuaremos escrevendo e colorindo por cima! Que continuem arrancado e jogando fora as bandeiras, pois outras bandeiras virão até o dia em que ser gay, lésbica, negro ou mulher não ofender ninguém, até o dia em que bandeiras não forem mais necessárias! Que continuem negando nossa existência, pois continuaremos a existir independentemente e contra vossas vontades!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário