O blog acompanhou a trajetória de pesquisa para monografia das práticas de transfobias e homofobias nas escolas. Durante a pesquisa muitas informações e ideias são acessadas. Disseminar esse e todo o conhecimento produzido nas universidades, de forma livre e acessível, é (ou deveria ser) responsabilidade de todxs, esse blog é uma tentativa tímida para tal. Estão postadas notícias, informações, vídeos e materiais com a temática da sexualidade, identidade de gênero e educação
terça-feira, 30 de setembro de 2014
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
Estudante transgênero havia sido repreendida por usar uniforme feminino, e amigos decidiram protestar
Fonte: http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/meninos-do-colegio-pedro-ii-vao-escola-de-saia-em-apoio-colega-transexual-13893794
RIO - Um grupo de alunos da unidade de São Cristóvão do Colégio Pedro II saiu em defesa de uma colega transexual. A estudante, que, segundo a instituição, costuma usar o nome de batismo masculino e uniforme para meninos, como as normas da escola exigem, decidiu trocar as calças por uma saia num dos intervalos de aula.
A direção do colégio, então, recomendou que ela trocasse a saia pela calça tradicional. A aluna acatou a ordem, mas seus colegas de turma não ficaram contentes com a notícia. No dia 1º de setembro, nove dias depois do ocorrido, eles fizeram um protesto contra a atitude da secretaria. Cerca de 15 alunos, tanto do sexo feminino quanto do sexo masculino, foram à aula usando saias. Segundo a escola, o ato foi apoiado pela direção por “promover a diversidade sexual”.
O colégio alegou que o Código de Ética Discente não permite que alunos do sexo masculino utilizem o uniforme feminino e que todos os alunos devem obedecer as normas. Ele ainda afirmou que, até então, a estudante nunca havia manifestado a vontade de utilizar outro nome que não o de batismo ou outra identidade de gênero. Colegas da estudante, porém, disseram, através de uma rede social, que a aluna em questão “vem tentando reafirmar que é uma menina”.
“Em nenhum momento o aluno foi impedido de circular pelas dependências do colégio ou de entrar em sala de aula. O Colégio Pedro II reconhece que a adolescência é um período de descobertas e repudia qualquer tipo de intolerância e discriminação”, diz um trecho da nota oficial emitida pela escola.
Por enquanto, a aluna que desencadeou a discussão sobre diversidade de gênero permanece obrigada a utilizar o uniforme masculino, mas a instituição pública de ensino não rejeita a possibilidade de reformular seu código de conduta.
“Ressaltamos que o atual Código de Ética Discente está sendo reformulado com a participação de toda a comunidade escolar, contando inclusive com a participação ativa dos alunos, que podem sugerir as alterações que acharem necessárias”, afirma o comunicado.
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Reação de alunos faz professores pararem com piadas homofóbicas de cursinho
http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2014/08/1498195-reacao-de-alunos-faz-professores-pararem-com-piadas-homofobicas-de-cursinho.shtml
Reação de alunos faz professores pararem com piadas homofóbicas de cursinho
THAIS BILENKY
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
"O movimento feminista mais importante na história é o movimento dos quadris." Piadas típicas de cursinho pré-vestibular como essa correm risco de extinção. As direções de instituições preparatórias frequentadas pela classe média alta paulistana têm orientado professores a suspender comentários jocosos para evitar processos. Alunos e especialmente alunas têm reclamado do que consideram machismo, homofobia e racismo aos pais, que cobram explicações.
"Virei chato. Não faço mais brincadeiras. Minhas aulas estão terminando mais cedo. Passo exercícios a mais", diz um professor do Intergraus que não quis ser identificado.
Um professor do Anglo diz que é brincadeira entre os meninos chamar os professores de "bicha" e "veado". No início de 2014, ele passou de sala em sala para informar: "Se eu for conivente, como sempre fui, estarei permitindo que vocês usem a palavra gay com sentido pejorativo. E não tem. Não permito mais".
Para ele, o tema é tabu. "Entre 80 pessoas entenderem que é brincadeira e 20 acharem que você está incentivando alguma coisa, é melhor não fazer piada. O incrível é que, dez anos atrás, você podia contar piada de preto, de português. Ao mesmo tempo, era inimaginável ter dois meninos se beijando no cursinho como temos agora."
"Eu, três meninas e um menino saímos da sala quando o professor falou que, se quiser 'comer' a empregada, o cara tem que levá-la ao Habib's. Ele sempre fala que pobre adora Habib's", conta Julia Castro, 19, aluna do Anglo de Higienópolis. "Essas brincadeiras reforçam o preconceito. Nossa luta já é difícil."
Adolpho Mayer, 18, disse que se indignou. "Isso é discriminação de classe."
No aniversário de uma estudante no ano passado, meninos sortearam quem a beijaria. A aniversariante não consentiu, mas disse às amigas que foi obrigada pelo professor a ceder.
O professor, na condição de anonimato, admite que entrou na brincadeira: "Falei 'quem vai ser o felizardo?' Mas outra estudante protestou: 'Mulher não é objeto para ser sorteada'. Eu então pedi desculpas e passei a repudiar a brincadeira".
Para Clara, 18, que fez Intergraus em 2013 e hoje cursa arquitetura na USP, "o humor que oprime alguém não merece a risada de quem assiste à aula". "Não digo que não se deve fazer piadas. Mas que estas sejam inteligentes o suficiente para tirar sarro do opressor, e não do oprimido."
Jorge Ovando, gerente de marketing do Intergraus, afirma que as queixas, em geral, são fruto de má compreensão. "A instrução é não brincar." Luís Ricardo Arruda, coordenador-geral do Anglo, conta que a recomendação é tratar os alunos "com respeito". "As piadas têm que ser adaptadas a seu tempo."
"Virei chato. Não faço mais brincadeiras. Minhas aulas estão terminando mais cedo. Passo exercícios a mais", diz um professor do Intergraus que não quis ser identificado.
Um professor do Anglo diz que é brincadeira entre os meninos chamar os professores de "bicha" e "veado". No início de 2014, ele passou de sala em sala para informar: "Se eu for conivente, como sempre fui, estarei permitindo que vocês usem a palavra gay com sentido pejorativo. E não tem. Não permito mais".
Para ele, o tema é tabu. "Entre 80 pessoas entenderem que é brincadeira e 20 acharem que você está incentivando alguma coisa, é melhor não fazer piada. O incrível é que, dez anos atrás, você podia contar piada de preto, de português. Ao mesmo tempo, era inimaginável ter dois meninos se beijando no cursinho como temos agora."
"Eu, três meninas e um menino saímos da sala quando o professor falou que, se quiser 'comer' a empregada, o cara tem que levá-la ao Habib's. Ele sempre fala que pobre adora Habib's", conta Julia Castro, 19, aluna do Anglo de Higienópolis. "Essas brincadeiras reforçam o preconceito. Nossa luta já é difícil."
Adolpho Mayer, 18, disse que se indignou. "Isso é discriminação de classe."
No aniversário de uma estudante no ano passado, meninos sortearam quem a beijaria. A aniversariante não consentiu, mas disse às amigas que foi obrigada pelo professor a ceder.
O professor, na condição de anonimato, admite que entrou na brincadeira: "Falei 'quem vai ser o felizardo?' Mas outra estudante protestou: 'Mulher não é objeto para ser sorteada'. Eu então pedi desculpas e passei a repudiar a brincadeira".
Para Clara, 18, que fez Intergraus em 2013 e hoje cursa arquitetura na USP, "o humor que oprime alguém não merece a risada de quem assiste à aula". "Não digo que não se deve fazer piadas. Mas que estas sejam inteligentes o suficiente para tirar sarro do opressor, e não do oprimido."
Jorge Ovando, gerente de marketing do Intergraus, afirma que as queixas, em geral, são fruto de má compreensão. "A instrução é não brincar." Luís Ricardo Arruda, coordenador-geral do Anglo, conta que a recomendação é tratar os alunos "com respeito". "As piadas têm que ser adaptadas a seu tempo."
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