segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Piadas preconceituosas de cursinho podem estar com os dias contados

https://catracalivre.com.br/geral/educacao-3/indicacao/piadas-preconceituosas-de-cursinho-podem-estar-com-os-dias-contados/

Homofobia, discriminação contra mulheres, negros e pessoas de baixa renda. Poderiam ser temas de vestibular, mas acabam virando piadas de mau gosto de muitos professores de cursinho.
As já tradicionais brincadeiras em sala de aula podem estar com os dias contados. Pelo menos é o que esperam pais e alunos de cursos pré-vestibular de São Paulo, que se não veem a menor graça nesse tipo de piada.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, professores de instituições como Anglo e Intergraus têm sido orientados a parar com comentários preconceituosos para evitar processos.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Estudante transgênero havia sido repreendida por usar uniforme feminino, e amigos decidiram protestar

Fonte: http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/meninos-do-colegio-pedro-ii-vao-escola-de-saia-em-apoio-colega-transexual-13893794



RIO - Um grupo de alunos da unidade de São Cristóvão do Colégio Pedro II saiu em defesa de uma colega transexual. A estudante, que, segundo a instituição, costuma usar o nome de batismo masculino e uniforme para meninos, como as normas da escola exigem, decidiu trocar as calças por uma saia num dos intervalos de aula.
A direção do colégio, então, recomendou que ela trocasse a saia pela calça tradicional. A aluna acatou a ordem, mas seus colegas de turma não ficaram contentes com a notícia. No dia 1º de setembro, nove dias depois do ocorrido, eles fizeram um protesto contra a atitude da secretaria. Cerca de 15 alunos, tanto do sexo feminino quanto do sexo masculino, foram à aula usando saias. Segundo a escola, o ato foi apoiado pela direção por “promover a diversidade sexual”.


O colégio alegou que o Código de Ética Discente não permite que alunos do sexo masculino utilizem o uniforme feminino e que todos os alunos devem obedecer as normas. Ele ainda afirmou que, até então, a estudante nunca havia manifestado a vontade de utilizar outro nome que não o de batismo ou outra identidade de gênero. Colegas da estudante, porém, disseram, através de uma rede social, que a aluna em questão “vem tentando reafirmar que é uma menina”.


“Em nenhum momento o aluno foi impedido de circular pelas dependências do colégio ou de entrar em sala de aula. O Colégio Pedro II reconhece que a adolescência é um período de descobertas e repudia qualquer tipo de intolerância e discriminação”, diz um trecho da nota oficial emitida pela escola.
Por enquanto, a aluna que desencadeou a discussão sobre diversidade de gênero permanece obrigada a utilizar o uniforme masculino, mas a instituição pública de ensino não rejeita a possibilidade de reformular seu código de conduta.
“Ressaltamos que o atual Código de Ética Discente está sendo reformulado com a participação de toda a comunidade escolar, contando inclusive com a participação ativa dos alunos, que podem sugerir as alterações que acharem necessárias”, afirma o comunicado.





terça-feira, 2 de setembro de 2014

Reação de alunos faz professores pararem com piadas homofóbicas de cursinho

http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2014/08/1498195-reacao-de-alunos-faz-professores-pararem-com-piadas-homofobicas-de-cursinho.shtml 

Reação de alunos faz professores pararem com piadas homofóbicas de cursinho

"O movimento feminista mais importante na história é o movimento dos quadris." Piadas típicas de cursinho pré-vestibular como essa correm risco de extinção. As direções de instituições preparatórias frequentadas pela classe média alta paulistana têm orientado professores a suspender comentários jocosos para evitar processos. Alunos e especialmente alunas têm reclamado do que consideram machismo, homofobia e racismo aos pais, que cobram explicações.
"Virei chato. Não faço mais brincadeiras. Minhas aulas estão terminando mais cedo. Passo exercícios a mais", diz um professor do Intergraus que não quis ser identificado.
Um professor do Anglo diz que é brincadeira entre os meninos chamar os professores de "bicha" e "veado". No início de 2014, ele passou de sala em sala para informar: "Se eu for conivente, como sempre fui, estarei permitindo que vocês usem a palavra gay com sentido pejorativo. E não tem. Não permito mais".
Para ele, o tema é tabu. "Entre 80 pessoas entenderem que é brincadeira e 20 acharem que você está incentivando alguma coisa, é melhor não fazer piada. O incrível é que, dez anos atrás, você podia contar piada de preto, de português. Ao mesmo tempo, era inimaginável ter dois meninos se beijando no cursinho como temos agora."
"Eu, três meninas e um menino saímos da sala quando o professor falou que, se quiser 'comer' a empregada, o cara tem que levá-la ao Habib's. Ele sempre fala que pobre adora Habib's", conta Julia Castro, 19, aluna do Anglo de Higienópolis. "Essas brincadeiras reforçam o preconceito. Nossa luta já é difícil."
Adolpho Mayer, 18, disse que se indignou. "Isso é discriminação de classe."

No aniversário de uma estudante no ano passado, meninos sortearam quem a beijaria. A aniversariante não consentiu, mas disse às amigas que foi obrigada pelo professor a ceder.
O professor, na condição de anonimato, admite que entrou na brincadeira: "Falei 'quem vai ser o felizardo?' Mas outra estudante protestou: 'Mulher não é objeto para ser sorteada'. Eu então pedi desculpas e passei a repudiar a brincadeira".
Para Clara, 18, que fez Intergraus em 2013 e hoje cursa arquitetura na USP, "o humor que oprime alguém não merece a risada de quem assiste à aula". "Não digo que não se deve fazer piadas. Mas que estas sejam inteligentes o suficiente para tirar sarro do opressor, e não do oprimido."
Jorge Ovando, gerente de marketing do Intergraus, afirma que as queixas, em geral, são fruto de má compreensão. "A instrução é não brincar." Luís Ricardo Arruda, coordenador-geral do Anglo, conta que a recomendação é tratar os alunos "com respeito". "As piadas têm que ser adaptadas a seu tempo."