terça-feira, 13 de agosto de 2013

Menino chamado de 'Félix' por professora vai mudar de escola


A mãe do menino de 11 anos que foi comparado, por uma professora de geografia, ao personagem homossexual Félix da novela "Amor à Vida", resolveu tirá-lo da escola para evitar que ele seja hostilizado por colegas.

O estudante estava matriculado na Escola Estadual Professora Juracy Neves de Mello Ferracciú, no bairro Noiva da Colina, em Piracicaba. O menor não foi à aula hoje e não deve retornar à instituição de ensino.

De acordo com a mãe do menino, após o registro da ocorrência, o menino chegou a ir para a escola, na quinta-feira (8), mas voltou a ser hostilizado pelos colegas e não conseguiu permanecer na escola até o fim das aulas. "Ele pediu para que me ligassem para buscá-lo. Estava triste, chorando. Não posso deixar que ele fique em um lugar assim", contou a mãe.

A mãe ainda disse que o menino passou por um trauma muito grande há cinco anos quando perdeu o pai. "Ele já tem isso muito forte, e agora ainda teve essa questão. Ele está traumatizado, e vou buscar uma nova escola para protegê-lo. Essa questão do Félix tomou uma proporção imensa, inclusive com os alunos do período da manhã comentando", contou.
Caso

O adolescente estuda na quinta série do ensino fundamental. A professora de geografia comparou o menor a ao personagem Félix na quarta-feira (7), e a mãe registrou, na mesma data, um boletim de ocorrência por injúria. Se condenada, a professora, identificada apenas como Gislane, poderá ser presa por até um ano, além de pagar multa.

Segundo versão registrada na denúncia da mãe, ao chegar para buscar o filho na escola, foi informada que ele já tinha ido para casa. A mãe encontrou o garoto em casa chorando por causa da comparação da professora, que comentou em sala que ele estava parecendo com um personagem de novela, sem revelar, contudo, qual era.

Depois, o garoto foi satirizado por colegas de sala, que afirmaram que o personagem seria Félix. A professora confirmou que se referia ao personagem de "Amor à Vida" e o garoto teria então começado a chorar.

De acordo com o relato do garoto, a professora pediu desculpas e falou que tudo se tratava de uma brincadeira, que ele não precisava ficar triste. Na saída da escola, ele teria sido novamente hostilizado por colegas, que passaram a chamá-lo de Félix. A mãe relata ainda ter procurado a coordenação da escola, que tentou, na versão dela, defender a conduta da professora ao invés de tentar resolver o problema.
Ações

A mãe revelou, ainda, que a mudança de escola não fará com que ela retire a denúncia e que vai buscar a punição da professora. "Uma palavra pode acabar com a vida de uma pessoa, e essa professora não pode agir assim. Botar panos quentes é fácil, mas não é o que quero. Quero que ela dê a aula dela, ensine o que tem que ensinar, não comente sobre o visual dos seus alunos", disse a mãe.

A reportagem tentou falar com a direção da escola, mas foi informada por telefone que ninguém da instituição estava autorizado a falar sobre o caso. A Diretoria de Ensino de Piracicaba reiterou que lamenta o ocorrido e que haverá, na segunda-feira, uma reunião entre a mãe, a professora e a diretora da escola para tentar resolver o caso.

Professora é presa por ofensas a homossexuais

de: http://www.dm.com.br/texto/10120-professora-e-presa-por-ofensas-a-homossexuais

A professora J.O.S.C., de 41 anos, foi presa em flagrante, sexta-feira (7), em Tietê, a 145 km de São Paulo, acusada de ter ofendido um casal de homossexuais que andava de mãos dadas pelas ruas da cidade. De acordo com a Polícia Militar, os dois homens, de 23 e 47 anos respectivamente, foram chamados de 'bichas e boiolas' pela professora ao cruzar com ela pela rua. Os ofendidos chamaram a polícia. De acordo com a PM, os policiais que atenderam a ocorrência foram desacatados pela mulher, que os chamou de 'coxinhas'.

Ao ser posta na viatura, ela chutou a porta do veículo, causando estrago. O delegado da Polícia Civil Fernando César dos Reis autuou a professora por desacato, dano ao patrimônio e injúria motivada por homofobia (intolerância contra homossexuais). O delegado fixou fiança no valor R$ 1 mil, mas ela se negou a pagar a quantia e foi levada para a Cadeia Feminina de Votorantim. Familiares da acusada pagaram a fiança e ela foi libertada ontem.

Um projeto de lei na Câmara Federal criminaliza a homofobia no Brasil. O projeto prevê que os preconceitos motivados por orientação sexual e identidade de gênero sejam equiparados aos crimes previstos na Lei 7.716/89, que pune os preconceitos por etnia, cor, religião e nacionalidade. A proposta enfrenta resistência dos representantes de igrejas no parlamento.